Em noite de São João, os milagres foram aparecendo, mas o balão do FC Porto nunca chegou a levantar voo e foi uma metáfora perfeita para a despedida do torneio após o empate 4-4 com o Al Ahly. Os dragões estiveram sempre atrás do marcador e, se é verdade que o ataque encontrou respostas, a defesa meteu água e não permitiu que a chama se acendesse, acabando por se extinguir na fase de grupos. Abou Ali foi o herói da partida com um hat-trick na terceira e última jornada do Grupo A do Mundial de Clubes, em Nova Jérsia, e Marcano evitou a humilhação no possível adeus aos relvados.
Em noite de São João, os dragões precisavam de um milagre para seguir em frente: vencer a partida e contar com uma vitória do Inter Miami sobre o Palmeiras e ter a diferença de golos necessária para ultrapassar os brasileiros na tabela. Para isso, Anselmi fez uma mini-revolução retirando Martim Fernandes, Gabri Veiga e Samu do onze para lançar Stephen Eustáquio, William Gomes e Danny Namaso. No possível último jogo da carreira, Marcano foi titular (o central termina contrato e tem o futuro em aberto).

Um presságio do que estava para vir
Depois de uma entrada algo apática, o FC Porto cresceu e até podia ter chegado ao golo, mas Rodrigo Mora falhou o remate de primeira em frente ao guarda-redes. Na jogada seguinte, Namaso perdeu o esférico no meio campo, Fathy – viria a ser substituído pouco depois – aproveitou a autoestrada e soltou no momento certo para Abou Ali rematar colocado perante Cláudio Ramos e inaugurar o marcador.
A resposta azul e branca surgiu num remate de longa distância de Francisco Moura que beijou a trave e William Gomes a disparar à figura do guarda-redes. Até que apareceu o génio de Rodrigo Mora. O jovem médio recebeu de Namaso à entrada da área, deixou dois adversários pelo caminho, fintou o guarda-redes e rematou para restabelecer a igualdade.
Na sequência do golo, os egípcios continuaram a carregar e ameaçaram o segundo, mas o guardião portista e a falta de pontaria de Zizo evitaram males maiores. No entanto, no primeiro minuto de prolongamento, Fábio Vieira atropelou o avançado egípcio dentro de área e o árbitro não teve outra hipótese senão assinalar grande penalidade. Abou Ali assumiu a cobrança, enganou Cláudio Ramos e fez o 2-1 em cima do descanso. O Inter Miami até estava a dar uma ajuda, mas a turma de Anselmi não estava a fazer favores a si própria.

Um recomeço fulminante
O treinador argentino trouxe novidades desde o balneário, lançando Samu e Gonçalo Borges nos lugares de Varela e Namaso. A dupla produziu logo um lance perigoso com o avançado espanhol a cabecear por cima. E, cinco minutos após o recomeço, um bom desenho ofensivo com Francisco Moura a desmarcar-se nas costas de William Gomes permitiu ao brasileiro puxar para o pior pé e rematar em arco à entrada da área para restabelecer o empate.
A bola foi ao centro, o Al Ahly saiu em ataque pela direita, com o cruzamento de Hany para a pequena área a encontrar o inevitável Abou Ali que, de cabeça, fez um excelente cabeceamento para voltar a colocar a equipa em vantagem e fazer estremecer as hostes portistas. A resposta demorou dois minutos a aparecer: Fábio Vieira levantou um canto para a área e Samu com um cabeceamento fulminante fez o 3-3.
Ao mesmo tempo, surgiam notícias animadoras do outro jogo com o segundo golo do Inter Miami (2-0). Isto significava que o FC Porto só precisava de ganhar para seguir em frente… Mas isso parece ser demais para os dragões que deixaram os egípcios demasiado à vontade à entrada da área. Ben Romdhane teve tempo e espaço armou uma bomba indefensável para Cláudio Ramos.
Os azuis e brancos viraram todas as atenções para o ataque e até poderia ter voltado a empatar, mas Samu falhou duas ocasiões clamorosas para desviar na pequena área. Do outro lado, valeu Marcano a segurar a equipa com unhas e dentes ao evitar o quinto golo em duas ocasiões já depois de Cláudio Ramos ter sido batido. Pepê ainda deu uma réstia de esperança com o golo do empate, num surpreendente remate de primeira que restabeleceu o empate. No entanto, vinham más notícias de Miami com o empate do Palmeiras a surgir já perto do apito final, que levou as duas equipas para os oitavos de final.
E ainda antes do apito final, mais uma grande oportunidade desperdiçada pelo Al Ahly, que não entrou por milagre. São João bem tentou, mas o FC Porto não os soube aproveitar e regressa a Portugal de mãos a abanar no final de uma temporada angustiante.
Melhor em campo Flashcore: Abou Ali (FC Porto).

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