Javier Pastore continua a falar do Paris Saint-Germain na primeira pessoa do plural. Impressionado com a evolução da sua antiga equipa e confiante de que será finalmente o ano da conquista da Liga dos Campeões, Pastore acredita que a equipa tem “os melhores jogadores jovens do mundo”, afirmou numa entrevista à AFP.
Reformado e novo adepto do padel, o argentino, que completa 36 anos em junho, vive em Madrid e estuda gestão de clubes. Em 2011, a sua chegada à capital francesa abriu a nova era do PSG.
O antigo jogador visita frequentemente o Parc des Princes, mais recentemente para a vitória por 3-1 sobre o Aston Villa na primeira partida dos quartos de final da Liga dos Campeões.
– Como vê o PSG antes do jogo decisivo da época?
– É uma equipa muito sólida, começámos a época um pouco tímidos, mas a melhoria que fizeram coletivamente é incrível. É uma equipa muito calma defensiva e ofensivamente, paciente, que sabe esperar pela situação certa. E os jogadores da frente são muito bons: Dembélé, Doué, Barcola, Kvaratskhelia…. Podem fazer a diferença a qualquer momento e marcar um golo.

– O que é que Luis Enrique conseguiu transmitir a uma equipa que perdeu Kylian Mbappé?
– O treinador confiou muito na qualidade dos seus jogadores para tentar formar uma equipa que jogasse e defendesse coletivamente. É algo que não se via no PSG há muitos, muitos anos. É uma equipa super-jovem, muito talentosa e com espaço para crescer. O treinador gosta de jogadores jovens porque os faz crescer, transmite informação mais facilmente. O PSG tem jogadores jovens que vão ser os melhores do futebol mundial nos próximos cinco ou 10 anos.
– O PSG está mais sólido desde a chegada do fundo soberano do Catar (2011)?
– Hoje podemos dizer que sim, amanhã talvez perca e digamos que foi igual a todos os anos anteriores (risos). Mas esta equipa faz-nos esperar que este ano cheguemos à final da Liga dos Campeões… Depois é o futebol e são os jogos, há outras equipas muito boas.

“João Neves controla o meio-campo”
– Qual é o jogador da nova fornada que lhe chama a atenção?
– Gosto muito do (Désiré) Doué. Vim ver um dos primeiros jogos e ele não chegou a jogar, mas vi que tinham feito um investimento muito grande…. Três meses depois, é quase o jogador mais influente da equipa, juntamente com (Ousmane) Dembélé, que está em grande forma. Também João Neves, que controla o meio-campo, joga simples, faz tudo bem, defende, ataca? Vê-lo tão jovem, a fazer tudo tão facilmente no PSG como se tivesse 30 anos, é impressionante.
– Vamos falar sobre a Argentina. Falta pouco mais de um ano para defender o título no Campeonato do Mundo de 2026.
– Aconteceu tudo tão depressa, é incrível, parece que foi ontem… A Argentina é uma equipa muito sólida, seja contra quem for que jogue, sai-se sempre bem. Não importa quais os jogadores que o selecionador convoca. É uma dinâmica que está a acontecer desde 2019 ou 2020. Tive de passar alguns anos não muito bons na seleção nacional.

– A equipa até é capaz de se adaptar à ausência de Messi…
– Eles têm muita confiança em si próprios. Quando Leo está presente, é sempre uma vantagem; além disso, ele integra-se bem ao grupo. Isso é muito importante, porque podemos ser os melhores do mundo e não nos integrarmos da melhor forma no jogo coletivo. Então, Leo entende o jogo e, quando chega a sua vez de jogar, é sempre importante.
– Não há Campeonato do Mundo sem o Leo?
– Não estamos a ver, ele tem de estar neste e no próximo!